O principal objetivo do Plano de Gerenciamento de Risco de Fauna (PGRF) é prestar orientações acerca da prática de ações essenciais para a redução de acidentes de maior gravidade com a fauna, especialmente aqueles que possam ser responsáveis pelas colisões aeronáuticas.
No PGRF são definidos os principais métodos e processos de mitigação, relacionados na área do aeródromo propriamente dito ou na área vizinha adjacente.
Mas o Plano de Gerenciamento de Risco de Fauna não para por aí, ainda é responsável por orientar os operadores de aeródromos, assim como de aeronaves (mantenedores e tripulantes).
Confira!
Qual a importância do Gerenciamento de Risco da Fauna?
Tendo em vista que o espaço aéreo, especialmente em localidades próximas aos aeroportos, está exposto a inúmeros problemas, o Programa de Gerenciamento de Risco de Fauna é fundamental para proteger a fauna silvestre, principalmente a avifauna (Aves), bem como tripulantes e passageiros.
Ao dividirem o mesmo espaço, aviões e pássaros criam uma questão séria e bastante conflituosa, já que as aeronaves passam a correr um risco constante de acidente.
Inclusive, tais acidentes podem tornar-se tragédias de grandes proporções, podendo causar um grande impacto econômico e social.
Para se ter ideia da magnitude dessas colisões, apenas um pequeno pássaro é capaz de provocar graves danos a uma aeronave, até com vítimas fatais.
Em contrapartida, as empresas aéreas têm sofrido perdas econômicas significativas, em decorrência dessas colisões entre pássaros e aeronaves.
É extremamente importante investir no Programa de Gerenciamento de Risco da Fauna, para que sejam evitados os seguintes problemas:
● Indenizações milionárias devido aos acidentes;
● Maior custo com redirecionamento de voos;
● Averiguações técnicas de segurança;
● Reparação de aeronaves.
Quais os animais são mais recorrentes nas colisões aéreas?
De acordo com pesquisas realizadas pelo Ministério do Meio Ambiente, em seu Parecer Técnico Nº 04/2013/GRG/DcBio/SBF/MMA, as espécies mais reincidentes nessas colisões com aeronaves são:
● Urubu-de-cabeça-preta;
● Quero-quero;
● Carcará;
● Pombo doméstico;
● Garça-carrapateira;
● Garça-branca;
● Garcinha-branca;
● Coruja-das-torres;
● Caburé-de-cupim.
Para o Programa de Gerenciamento de Risco da Fauna, a identificação e o monitoramento dessas espécies são extremamente importantes, visto que apresentam comportamentos e hábitos distintos, que afetam diretamente o espaço aéreo.
Por esse motivo, faz-se necessário determinar pontos de alimentação, dessedentação, abrigo, áreas de nidificação, entre outros, que auxiliarão na criação de estratégias de manejo das chamadas “espécies-problemas”.
Este levantamento deve ser realizado tanto no aeródromo, como em empreendimentos com potencial atrativo da fauna situados na Área de Segurança Aeroportuária (ASA), que é uma área circular definida a partir do centro geométrico da maior pista do aeródromo, com 20 km (vinte quilômetros) de raio.
Destaca-se que atividades atrativas ou potencialmente atrativas de fauna dentro da ASA são sujeitas à aplicação de restrições especiais, que podem compreender desde a sua adequação (com medidas a serem especificadas no PGRF) até a cessação das operações.
Os principais empreendimentos que possuem potencial atrativo de fauna são: abatedouros, aquicultura ou processamento de pescado em local aberto, aterro sanitário, criação de animais de corte em local aberto, curtume e estação de transbordo de resíduos urbanos.
Quais são as principais medidas de mitigação dos perigos aviários?
Ancoradas pelo Programa de Gerenciamento de Risco da Fauna, as seguintes medidas são adotadas a fim de reduzir os riscos no espaço aéreo:
● Ações educativas com as comunidades próximas às áreas portuárias, sobre a destinação do lixo, que é um atrativo para animais como o Urubu-de-cabeça-preta;
● Limitação da disponibilidade de água para as aves, fazendo uso de redes e telas que são instaladas para proteger os focos de água;
● Recursos pirotécnicos;
● Falcoaria para afugentar aves predadas por rapinantes;
● Utilização de drones para ampliar a segurança dos aeroportos.
Vale ressaltar que o uso de drones, tem maior eficácia que é melhor custo-benefício que o uso de falcões, que é a medida utilizada atualmente no Brasil.
Conclusão
Embora os esforços com o Programa de Gerenciamento de Risco de Fauna sejam muitos, os perigos no espaço aéreo são consideráveis.
No entanto, grande parte desse tipo de problema é decorrente dos focos de atração das aves, que podem ser minimizados com o controle e manejo.
Inerente ao licenciamento ambiental, é importante dizer que os investimentos no Programa de Gerenciamento de Risco de Fauna são essenciais para o sucesso das operações empenhadas para reduzir o risco de colisões aéreas.
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